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O pet como sintoma familiar


Participei de uma Constelação, na pós, onde uma mulher tinha um cão idoso, e há um bom tempo vinha dando muito trabalho com sua locomoção e alimentação, pois estava totalmente dependente dela. O legal é que eu fui colocada como representante do cachorro. Já nas primeiras impressões, ficou claro o carinho e amor entre eu (cachorro) e sua dona. No entanto, em alguns movimentos, eu intencionava me distanciar da dona, querendo mesmo ficar no canto da sala, sozinho. Perguntado a dona se algo importante se deu na época da vinda do cão para a casa dela, ela contou que ele havia sido trazido pelo pai um pouco antes de morrer (ou partir, não me recordo ao certo) e que, sua mãe não havia gostado da chegada do cão a casa. Logo se evidenciou que o cão representava para a dona, a manutenção de seu vínculo afetivo com o pai, seu medo de finalmente encarar a perda dele. Interessante que quanto mais ela se despedia efetivamente do pai na constelação, mostrando seu grande amor e a dor da sua perda sendo acolhida, mais eu, como representante do cão, queria ir embora, sair daquele cenário.

Nossos animais de estimação, assim como as crianças pequenas tomam muito das sensações e sentimentos vindos dos problemas enfrentados numa família, sejam eles conscientes, declarados, velados ou inconscientes.

Eles sinalizam que algo não vai bem.

Eu tive um cão pequeno que não perdia uma oportunidade de escapar pelo portão, correr e correr por quadras e depois voltar (sob muita insistência). Na mesma época minha filha ainda pequena, manifestava muita vontade de sair e sair, não querendo ficar em casa. Sem que eu percebesse, ambos sinalizavam algo importante que acontecia dentro de casa, mas eu ainda não tinha olhos de ver: o problema era comigo, me sentia muito ansiosa em resolver algo que não parecia ter saída, e a sensação era de enclausuramento, de prisão. Quando os grandes tomam rédea

da situação, os pequenos podem se aliviar. Ter a consciência de que tanto os animais como as crianças assumem, sem ter a força suficiente pra isso, muito de nossas demandas, sentimentos ou pedidos e apresentam sintomas, que se vistos como alarmes, nos trazem a responsabilidade de ao menos, não mais postergar o caminho da resolução.

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