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Hellinger se preparou para a morte

Dias Internacionais Hellinger/2019

Bert se preparou para o dia de sua morte.

Uma vez, numa viagem de trem ao lado de Sophie, tendo um encosto de cabeça a sua frente, delineando, com os dedos, uma linha imaginária, Bert disse a ela que diante de toda aquela linha considerando ser sua vida, restava a ele uma pequenina parcela. Ela respondeu a ele: - o que é isso? Quer me deixar deprimida? – Não, disse ele, quero preparar as coisas, deixar que fique bem pra você.

As circunstâncias são mais determinantes que a genética. É o que Sophie provaria por si mesma, passados esses intensos anos ao lado de Bert. A convivência, a rotina de um casal interfere mais em sua saúde, que a genética familiar. Se por exemplo, um casal vive um stress habitual, isso é mais perigoso para a saúde que as próprias doenças cardíacas, porque se repete diariamente, gerando nervosismo, ansiedade, depressão.

Sempre que Sophie perguntava a Hellinger sobre algo que ela quisesse realizar, respondia: - Se é isso que você quer, faça. Se é o que deseja, faça. Não trazia senões a ela, fazia suas próprias coisa e deixava ela com espaço pra realizar suas próprias coisas. Quanto mais espaço num relacionamento, mais estreito o vínculo, quanto menos espaço se concede num relacionamento mais prejudicado estará o vínculo.

A convivência diária com Bert e sua agenda de trabalho, distanciou Sophie de suas frequentes atividades físicas, mas introduziu um outro movimento, mais intenso, mais exigente. Um novo entorno.

Alguns anos antes de conhecer Bert, Sophie havia feito uma pergunta ao Universo:

- O que é importante em minha vida?

Que outras realizações poderiam ainda vir ? Do que ainda se tratava a vida dela?

Com a proximidade com Bert, novas circunstâncias. Um novo aprendizado. O importante se plasmava diante de seus olhos dia a dia.

Até que seis anos atrás Bert começou a deixar os assuntos mais relevantes nas mãos de Sophie, para que ela estivesse a frente deste hoje Dias Internacionais Hellinger e da própria Escola Hellinger.

Ele iniciava sua despedida, sem desperdiçar o tempo do relógio, sem quebrar o relógio, assim como cantava a letra de uma música que ele gostava.

Somos tão generosos com as datas que prenunciam um nascimento, um aniversário, e tão displicentes da proximidade da data de um falecimento, ou mesmo do destino certo que cada um de nós virá experimentar. Parece que nunca vai se tratar de nós.

A maioria de nós, dedica pouco ou nenhum tempo pra saber o que se quer ainda realizar, com quem se quer realizar . Diz-se que o Amor a Segunda Vista tem mais chance de dar certo porque sabemos que temos pouco tempo. E não desperdiçamos mais a conversa , com questões como – Ele é muito magro; - Ela é muito gorda, - É mais velho que eu, - É novo demais pra mim...

Talvez seja a prevalência do imediatismo que nos traz uma sensação efêmera de prazer. E hoje, o que tem pra mim? Assim eu não quero é pouco. De outro jeito também não, me entedia.

Como você vê o copo cheio pela metade? Você vê a metade que falta ou a metade que já está lá? Quanta gratidão você tem por sua vida? E onde começa a gratidão?

Toque no seu peito, ali começa a gratidão, pelo batimento do seu coração. Este foi o primeiro órgão que lhe foi presenteado. E desde então, ele bate por você, trabalha para você.

– Bom dia, amado coração, dizia Hellinger ao acordar de manhã, virava-se pra Sophie e dizia para ela também: - Bom dia, amado coração.

Experimente tocar seu coração. Agradeça a ele.

Experimente se preparar para o dia da sua morte. Como? Vivendo.

Não postergue mais conversas decisivas, não postergue mais o abraço efusivo. Não passe mais vontade de estar com alguém, pare de dizer que não é pra você, clareie os dramas, feche as contas, e por favor, diga Eu te amo.

Rita Paula Tyminski Xavier

Constelação Familiar para a Vida

Londrina, São Paulo e Palhoça.

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